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Sente o Ar
O quão o peso Chumbo de outrora
agora se foi
Foram gotas ácidas que lavaram
esses mesmos caminhos?
Acordado de um sonho...
Desperto de uma Ilusão...
Mesmo sem ter vivido a manhã que nasceu
Já são 12 horas e finjo ainda ser
Noite, aquele mesmo Luar
E há um corpo marcado ao chão
um contraste antigo e negro
de um agora que poucos entendem
que poucos conhecem...
Se, é que, é o mesmo que foi antes
então renovado(...)
Na Luz ainda Restou um fragmento marcado
seu semblante inapagável,
não finjo mais... caminho, continuo o meu passo
Desperto não me apago.
Partiu-se o encanto,
proclamou-se a angústia
e -desabada estando-
a vida arritimou-se.

Os meus passos, na escuridão,
eu não os vi ficar esquecidos
ao frio da noite,
cuja cinza se fez.

Em seu manto negro, acolhia-me a lua;
retalhando ao meu corpo, escondia-se.
Tentei achar o caminho,
em pleno vazio, buscar respostas.

O silêncio não omitia, afligia-me o que sentia.
Sem seu afago, minguava o brilho: a lua não existia...

Em flagelos 16/05/2004
Guilherme Souza Pinto

Marcas de Nanquim

Nem tudo está ao meu redor.
O chão de barro carrega as marcas de passos,
de meus passos
e ficam meus passos.

A chuva lavando a alma,
mas não apaga, não apaga
e ficam os meus passos.
Meus Passos, e ficam os meus passos.

Mesmo sem usar os erros:
a vida pede um pouco mais, calma...
Minhas crenças e eu estamos aqui sozinhos.

E nem sempre lá se vão as marcas
e o que não passa deixaste, não são os meus passos,
são as marcas que a vida não apagou.

De 29/11 ao dia 09/12 de 2004
Finalizada 09:29
Guilherme Souza Pinto

Subsistente efêmero

Estou com sono e pode ser que eu durma,
se eu durmir possa ser que eu não acorde.
Não acordando, possa ser que eu esteja em Coma profundo...
Estando possa ser que eu não os veja mais (...)
E assim: que realmente tenha chegado o fim,
que eu tenha morrido e não haja modo algum de reencontrá-los...
E sendo, esse sono de morte, combato;
nos aguarda eterno, ele vencerá!
Das vezes que retornei pude - ainda o tempo havia - contar;
mas um dia eu sei. Sei que a luz não se fará presente aqui em meus olhos
e não poderei ver meu mundo. Não sei se haverá alguma história,
tarde demais para recomeçar as nossas.

Segunda-Feira, 25/04/2005
Guilherme Souza Pinto

Vidas Ocultas

Fantasmas distorcem teus passos
Ruem a muralha dos teus mapas mentais .
Figura em teu corpo uma nova chaga, que parece
Tê-la com vós a muito e oculta.
Não vivia num bosque outrora, e agora então,
Que a dor cresce – sem ter fim – qual será a profundidade
Do teu abismo?
Teu corpo corrompe-se num agora inútil,
Frágil, triste e acuado. Esconder-se de Titãs, os quais você mesmo os
Criou, alimentou, ensinou tua dor e mostrou-lhes todas as tuas
Fraquezas.
Correr, em vão tentar.
Correr, assistir tua própria decadência vil.
Correr, pra qual lugar.
Apenas, correr, então?
Numa estrada um brilho distorce teus olhos húmidos.
Continua a correr? Já lhe revelei, em vão tentar.
Não és um mero brilho a iluminar, mais que isso
Fonte geradora, globo Lunar que marca teus passos.
Tamanha dor percorrendo teu corpo:
São teus osso quebrados, você os sente assim.
Noite escura árvores tão sombrias quanto o teu momento
O vento soa tão auto que canta tua dor, pássaros negros
O aguardam: será um banquete, e estás convidado...
Pois serás parte do cardápio
Teus devaneios impedem de enxergar a realidade!
Distorcida
Você permanece deitado em seu quarto no sono
Agitado
E vive uma outra essência tão real quanto a vida.
A dor cala-te a voz...
Há seres lhe assistindo, e os sente tão próximos de ti
Que choras
Os alimenta de dor
Queriam até ver você findando
Mas perderiam o banquete.
E corre, dá para escutar teus passos velozes
De desespero
Um estrondo e acorda com coração acelerado
E teu corpo suado
Ainda tens a lembrança,
Apenas não podeis acreditar que viveu essa outra vida
Levanta, pega o copo
A garrafa e despeja
O copo cheio, desce o gole
O wisk acende teu corpo
E o isqueiro teu fumo
A fumaça penetra em teu corpo pela boca
Queima a lembrança
A noite fria pela janela, na esquina um poste ilumina.
E há... Um alguém o olha, vira-se e segue –vai embora-.

Em Algum momento de 2007 à 2008
Oculta em véu a face
um leve tocar de luz
lunar brilho, celeste objeto
percorre meu corpo teu toque
E vem a brisa, leve e gelada
acolher na alma minha espera
sentinelo teus passos, sozinho
aguardo-te em vão, em sonho terreno
Teu toque recolhido dá a mão a este silêncio...
Esconde também o passo,
veste as mãos omite o fato.
Aguardo um passo, não vejo um gesto
um leve e oculto ato;
um beijo, um marco e calo.
.................01/03/2007
..........Guilherme Souza Pinto

A Flor que Cresce‏

A terra,

com seu espírito vivo

enlaçado ao Pai, está viva.

És útero, órgão mãe

Ampara a água

Recebe o grão

Germina, gera então

E contra vem a mão

Que fere

Árido chão se impele

Quando noite orvalhada

Orvalha e bebe

A sede cede

Novamente a vida cresce

Germinando a flor

A flor se vai, se perde

A mão se ergue colhe o Fruto

Segue..

Findando 2008
Guilherme Souza Pinto

O CORTIÇO DO MUNDO

Olhe pela janela e veja a vida. A vida que flori, a vida que cresce, a vida que inapetece.
Olhe para fora e veja a destruição: lá estar à explosão. Veja a criança que pede um pão, olhe ao redor e veja seu irmão sem chão, olhe não é ilusão a criança estar à venda você pode pagar ela não.
Não desista olhe e não será em vão verá solidão, prisão, manipulação.
Olhe e veja o menino que não consome pão, mas sim cola e pede esmola.
Não pare de olhar, pois isto na vida é o que há.
Não fuja, busque: busca uma solução é tão fácil pedir por perdão.
Não cuspa no chão e finja que sente tesão, pois ali há mais um ladrão.
Não corra sofra há um velho querendo sopa e olhe as moscas que consome aquela carne tosca.
Levante isto é em vão indigente ou não, não sofrerão.
Olhe para o mundo e veja a população, humana ou não morrerão.

12-12-2002.
Por favor não feche a janela e empeça os outros de ver o cortiço do mundo.
Guilherme Souza Pinto.

Naufrágio

Na estafa da mente recorro a você, esperando conforto, mas sem explicação a encontrei indiferente.
Não entendi, tentei buscar razões, razões não há.
Quis me enganar, dizer para mim mesmo que era meu ser.
Talvez eu quisesse mais veemência , que já não produzia, desgastou-se em intrigas.
Ilusão ou desilusão; tentei me centrar, respirar e conversar para evitar outra ruptura nos sentimentos que se perdem nos cantos escuros de uma prisão emocional, passional.
Impossível viver dessa maneira, lágrimas percorrem sua tez, insano fiquei e vago sem ter seu sorriso; carrego comigo a última gota do que mais odeio, o fim .

18:58 19-06-2004
Guilherme Souza Pinto

Marcas na mente

A loucura, sinto-a aproximar-se; quero me matar.
Minha mente está sangrando e o desespero é cicerone;
ensandecido, vou partindo para eternizar...
E os momentos bons são recordações
que me fazem ainda mais infeliz e assim só sei o que me assola.
O suicídio estar presente e invoco, divagando, carências.
Algo não me deixa pular e meus pulsos sangram
e a minha mente corrompida, enfraquecida, descansa.
Os estigmas dão recordações; ferem, a mente, mais do que marcam o corpo.

108:41, 25-03-2004.

Contando as histórias daqueles que se foram...
Guilherme Souza Pinto.

Essa Imagem

Por que desses olhos assim, para mim...
Não quis estar assim: sedento querendo um afago, querendo ver o que ilumina este triste semblante fatigado; enxergar os retratos dos amores, que me deixaram pedaços.
Eu condenado nem sei qual das imagens representam a minha face.

Por que me olhas assim...
Por que desses olhos assim,... Para mim.

Nem todo mundo é ‘’Dólar’’ ou ator consagrado, rostos bonitos não se fazem eternos na face.
A sociedade discrimina: só podemos ser ídolos, bonitos, idôneos(...).

Por muitas vezes esquecidos os amigos, é que, nos ajudam a transpor obstáculos.

Por que me olhas assim...
Por que desses olhos assim,
... Para mim.
Olhos assim que me condenam por todos os lados não posso ver.

Quero ver o mundo acender; ver o rosto dos que se sensibilizaram, ver a face dos amigos que me ajudam.
Mas por que destes olhos assim,
... Para mim.

15:57 02/09/2004
Guilherme Souza Pinto

Ainda Sangra

Há uma poça, eu banhado em sangue,
Meu corpo não responde, estou partindo;
um só pensamento existe...
Quero tentar mais uma vez e é tarde.

Minha história chegou ao fim
e as promessas não foram cumpridas.
Culpa sua? Não, minha,
pois criei os erros por buscar em demasia.

E hoje o cérebro não mais habita este corpo
que se perdeu por excesso de querer.
E no fim vi que era apenas mais um corpo vagando

...Paixão, amor: Palavras
que no final só representaram
destruição de um ser promíscuo.

01-10-2003.
Guilherme Souza Pinto

Corações Perfeitos

O Guerreiro cai - perde o escudo - e o Guerreiro levanta.
O Guerreiro cai - perde a armadura - e o Guerreiro levanta.
O Guerreiro cai - perde a espada - e o Guerreiro levanta.
O Guerreiro cai - perde os braços - e o Guerreiro levanta.
O Guerreiro cai - perde as pernas- e mesmo assim o Guerreiro levanta,
pois em meio a isso seu coração pulsa.
O Guerreiro cai - perde a cabeça - e não levanta, pois não tem mais a força de seus braços,
a sustentação vigorosa de suas pernas e não é mais sábio e com grande astúcia
perdera "o comando central", o cérebro. Não há mais a proteção de sua pele de aço e de seu escudo. Não poderá mais atacar, porque sua espada não é mais comandada por ele.
Mas mesmo assim ele está de pé, você consegue enxergá-lo: sublime em meio à batalha, certo
de que ele foi, é e será vitorioso.
Calei e escrevi isso em reverencia e referencia a dor.

27/09/2002 à 00:11
Guilherme Souza Pinto